27.11.2009
Observações e perguntas em resposta ao trabalho do campo Engenhão
O estádio tem mais nomes que qualquer outro estádio do Rio: Estádio Olímpico João Havelange, Engenhão, Vazião (porque nem a torcida do Botafogo vai ao estádio) e Stadium Rio. Adicionamos “Fechadão” a lista. Como o Maracanã e HSBC Arena, o estádio é muito difícil entrar sem pagar. Para fazer visitas escolares e/ou pesquisas académicas tem que armar o ataque durante muito tempo, ter a paciência de um santo e a persistência de Sisiphus.
Também chamamos o estádio Fechadão porque ele é rodeado por cercas e muros empenetráveis. Só vimos um guarda guardando uma porta, e ele trabalha por uma empresa privada de segurança contratado por Botafogo (supostamente).
Perguntamos como entrar, e ele me deu o mesmo número de telefone que eu já tinha ligado dez vezes (Departimento de Marketing de Botafogo 2543-7272). É também notável que o estádio não tinha linha telefônica aberto ao publico em quando o departimento responsável pelo estádio mudou seu escritório lá. Até hoje não existe como dar um toque ao estádio.
Também podemos assertar que o estádio merece o nome Fechadão porque suas vias de acesso e dispersão são bem limitadas. O barrio tem vias estreitas e sinuosas. Nao obstante que a Linha Amarela passa perto é difícil chegar de carro. Chegar de trem da mais certo, mas o estação só tem uma saída. A situação de clássicos complica o transito ainda mais. Controlar o espaço do entorno para dirigir torcidas rivais é um grande desafio pela policia.
O Fechadão é monumental em muitos aspetos. Seu custo de R$400.000.000 (sete vezes acima do orçamento) foi um gasto monumental. O metal, plastico e concreta brilham na luz. Sendo o prédio mais alto por muitos andares, o estádio domina o paisagem de região. Agora é mais difícil se perder na rua. Da para ver ele de longe, não está na moita, deixando rabo sair. Seus arcos são elegantes e o tieto que cobre milhares de metros quadrados parece leve. O que esta dizendo o estádio? Sua monumentalidade comunica mensagems de modernidade, exclusividade, espectacularidade, desenvolvimento, reestruturação e reterritorialização urbano. O estádio é também um símbolo do clube, do bairro, de poder politico, de uma falta de planejamento urbano, o futuro palco dos Jogos Olímpicos, esperança, fé e confiança num futuro bem certinho.
O que é o afeito local?
Aumento de sensação térmica. Não existem refúgios de sombra no entorno do estádio.
Pavimento das ruas e calcadas abeirando o estádio. Os melhoramentos não estenderam ao barrio.
Dia de jogo, moradores abrem negócios temporários, lucram até R$12.000 extra por ano. Não são permitidos os camelôs no entorno. Eles ficam no outro lado de ferro estrada onde também não foram feitos melhoramentos urbanísticos.
Inflação de valor immobilaria e de aluguel. Não é claro ainda o que aconteceu com as comunidades ao outro lado de ferro estrada.
Encarando o estádio e ao lado do comunidade carente Belém-Belém, a empresa Santa Cecilia (www.santacecilia.net, 3206-2930) comprou um espaço arborizado que foi alugado por festas privadas. A mesma empresa construiu um condomínio em frente do Parque Aquatico Maria Lenk em Jacarepaguá. Pode significar uma concentração de especulação imobilario e/ou uma empresa sábia que comprou uns terrenos que não vão perder valor na decorrer aos Jogos Olímpicos.
Foi notável a quantidade de pixação e grafiti nas paredes. O entorno do estádio é um paisagem de contrastes arquitectônicos, históricos e sócio-econômicos.
O estádio não creou espaço de lazer pela cidadão. Ao contrário, antes do estádio havia um campo de futebol no entorno. Botafogo não permite o público utilizar o estádio de jeito nenhum.
Não melhorou os negócios do entorno. Num lugar só, trés bares abriram e fecharam em dois anos. Se o estádio só pertence ao Botafogo, como hoje, ao máximo sediará 35-40 jogos por ano. É bastante difícil lucrar tanto em poucos dias. Pior ainda é que o acesso de trem passa de estação pelo portão sem enfrentar bar, restaurante ou serviço nenhum.
Perguntas claves pelo futuro:
As vias de acesso jamais vão sorportar 40.000 torcedores chegando por muito jogos em pouco tempo. Durante o Campeonato Carioca 2011 e pelos jogos Olímpicos aconteceria muito. Então, para reformar as vias de acesso, teriam que fazer um intervenção urbanística massiva – o que e como será?
Enredando o estádio pela saída do trem esta o velho centro de ferrocarilles. O terreno e os prédios pertencem ao governo federal. Os prédios antigos são poucos utilizados, espaço perdido, decadente. Para tornar o estádio mas útil, seria necessário fazer algo criativo e lucrativo com esse espaço. Existe planejamento por o projeto? Quando começariam trabalhar lá?
Os estádios do Rio de Janeiro estão virando tomar seu antiga forma? Ao princípio do século XX, estádios só perteneceriam os ricos, brancos, elites e idosos. Eles demarcavam um espaço privado, exclusivo, encerrado, defendido e fechado. Só podia entrar quem pertencia a aquele espaço, com seus gostos, dinheiro, hábitos, métodos do transporte e cor de pele. Todos os estádios novos, construído pela Pan 2007 são fechados ao propósito. O Maracanã é muito mais fechado que antes. Todos viravam espaços financiados pelo bolso publico mas dominados por interesses privados. O padrão do estádio (pós)-moderno é esso: cada vez mais caro, espetacular, monumental, separado, exclusivo e muito menos accessível. Existe outro caminho ao futuro?
Obrigado a Ana Elise Coelho para nos acompanhar e informar sobre a historia do Fechadão. Muitas de essas observações foram feitas por ela através de suas pesquisas. Também nos acompanhou Rômulo dos Santos Machado, Tricolor doente.