19 May 2010

Uma carta aberta ao COI / An open letter to the IOC

Essa carta aberta esta sendo encaminhado a COI durante sua visita ao Rio essa semana. Representantes da sociedade civil e os movimentos sociais do Rio estão atrais dela. Não foi escrito por mim, mais suporto seu conteúdo. 

This open letter is being presented to the IOC during their visit to Rio this week. Representatives from civil society and social movements in Rio support this letter. It was not written by me, but I support its content. 


Carta Aberta ao Comitê Olímpico Internacional

Diferente de muitos outros países que já sediaram Jogos Olímpicos, o Brasil é marcado por profundas desigualdades sociais e precariedade de serviços públicos como transporte, saúde, educação, saneamento e coleta de lixo.

Unlike many other countries that have hosted the Olympics, Brazil is defined by profound social inequalities and precarious social services like transpot, health, education, sanitation and trash collection.

As recentes chuvas no Estado do Rio de Janeiro mostraram como esses problemas se colocam no cotidiano da população, em que muitos perderam suas casas e mais de 150 pessoas morreram por ausência de serviços de encostas, drenagem e sobretudo de habitações populares dignas. Infelizmente, a postura dos nossos governantes é de omissão e de colocar esse problemas debaixo do tapete. Com as chuvas correram para culpar os pobres, pois estão mais preocupados em preservar a imagem da cidade e suas próprias.

The recent rains in Rio de Janeiro State demonstrate how these problems affect the daily lives of the population, in that many people lost their homes and more than 150 people died because of an absence of services in slope fortification, drainage and above all in providing dignified public housing. Unfortunately, the posture of our elected officials is one of sweeping these problems under the rug. Along with the rains, they ran to blame the boor, apparently more concerned with preserving their image and that of the city.

É nesse contexto que vamos receber os Jogos Olímpicos de 2016. Contexto de promessas vazias dos governantes; de desigualdade e criminalização dos pobres que não aparece nos vídeos, imagens da candidatura e visitas guiadas para esconder o cotidiano da maioria da população! Contexto que nos deve fazer refletir juntos sobre quais prioridades devem ser atendidas no projeto olímpico para uma cidade como o Rio de Janeiro.

It is in this context that we are going to receive the 2016 Olympic Games. A context of empty government promises; of inequality and criminalization of the poor that don’t show up in the promotional videos, images of a candidacy and guided visits to hide the daily life of the majority of the population! A context that we should reflect upon together to think about what priorities an Olympic project in a city like Rio de Janeiro should attend.

Temos conhecimento e experiências acumuladas para colocar essas questões. Sediamos os Jogos Pan-americanos de 2007 e não esquecemos que o legado urbano foi frustrado, de dívidas públicas e repressão. Temos a esperança que as Olimpíadas de 2016  sejam diferente e não mais um grave motivo de problemas e tragédias para o povo.

We understand and have accumulated experience in order to pose these questions. We hosted the 2007 Pan American Games and have not forgotten that the urban legacy never materialized, that there was repression and large public debt. We have the hope that the 2016 Summer Olympic Games will be different and not one more grave stimulus for problems and tragedies for the people.

Por isso cobramos dos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) que nada decidam sem ouvir o conjunto da sociedade. Também temos muito a falar. Governos e investidores já falaram. Agora é a hora do COI ouvir as demandas dos trabalhadores e dos pobres, que até o momento estão excluídos das decisões desse projeto. Neste sentido, exigimos:

For this reason we ask the members of the International Olympic Committee (IOC) to listen to the whole of society before making any decisions. We too have much to say. The government and the private sector have already spoken. Now is the time for the IOC to listen to the demands of the workers and the poor who until now have been excluded from this project. In this spirit, we demand that:

-  o compromisso dos organizadores de que todas as Vilas Olímpicas (mídia, atletas, árbitros etc) sejam destinadas a habitação popular. Não podemos ter o mesmo modelo  da “Vila do PAN” de 2007 , construída para a classe alta e hoje em grande parte desocupada e, que não lida com déficit habitacional de moradias populares

- the organizers guarantee that all of the Olimpic Villages (media, athletes, referees, etc.) be destined for public housing. We cannot have the same model of the “Pan American Village”, constructed for the upper classes and today mostly unoccupied and which does not address the deficit in housing stock for the working classes.  

-  que as competições não desrespeitem as leis nacionais e internacionais de direito à moradia e que não promovam remoções forçadas de comunidades como se está planejando para a  “Comunidade Vila Autódromo”, na Barra da Tijuca. Se os Jogos Olímpicos são uma competição dos povos têm, ao contrário, a obrigação de reverter seus investimentos para uma maior inclusão social dessa e todas comunidades

- that the competitions not disrespect national and international Law to the right to housing and that they do not provoke forced evictions from communities as is being planned for the Community of Vila Autódromo in Barra de Tijuca. If the Olympic Games are a competition between the world’s people, they have, to the contrary of the current project, the obligation to use the public investment to promote greater social inclusion for this and all other communities.

--  que o possível deslocamento de instalações olímpicas para a Zona Portuária da cidade esteja integralmente compromissado, com a construção de moradias e a diminuição da desigualdade sociais  e não com a especulação imobiliária e a expulsão da população

- that the possible relocation of Olympic installations to the Port Atea of the city be integrated into the urban fabric, with the construction of housing and the lessening of social inequalities and not be accompanied by real estate speculation and the expulsion of the population.

- que os investimentos em transportes se traduzam em diminuição das tarifas, atualmente as maiores da América Latina e no fim da precarização, superlotação e  violência  vivenciadas diariamente nos trens, metros e ônibus da cidade

- that the investments in transport result in the lessening of prices, the highest in Latin America, and result in the end of precariousness, overcrowding and violence that are the daily experience on the trains, metros, and buses of the city.

 - que todas as instalações esportivas a serem reformadas e construídas tenham de antemão estudos de viabilidade de público e decisões concretas sobre seu destino posterior, a fim de evitar a construção de “elefantes brancos”, como o “Ninho do Pássaro” de Pequim 2008; os estádios de Atenas 2004, que contribuíram para a crise da dívida pública do país europeu  e as instalações abandonadas  do PAN-2007

- that all of the sport installations be reformed and constructed with plans studying their public viability and concrete decisions regarding their post-Games uses, with the goal of avoiding the construction of “white elephants” like the Beijing Olympic Stadium; the stadiums of Athens 2004, which contributed to the European debt crisis; and the abandoned installations of the 2007 Pan American Games.

- que a Autoridade Pública Olímpica a ser constituída contemple e dê  poder de decisão as comunidades do entorno das instalações esportivas, as organizações da sociedade civil  e os movimentos sociais urbanos da cidade do Rio de Janeiro  e não somente a empresários e o governo

- that the Public Olympic Authority (APO) be constituted such that the communities living in the shadow of the sporting installations, the civil society organizations, and urban social movements have power within the organization, and not just the business community and government.

- que o orçamento das Olimpíadas seja participativo e transparente a fim de evitar  superfaturamento, mal planejamento e  irregularidades cometidos com o dinheiro público, como os diversos constatados nos Jogos Pan 2007 pelo Tribunal de Contas da União  

 - that the budget of the Olympics be participatory and transparent with the goal of avoiding overspending, poor planning and irregularities committed with public money, as the Tribune for Public Accounting (TCU) identified with diverse installations in the 2007 Pan American Games.

Temos a expectativa  que esse princípios e demandas, assim como outros levantados de forma coletiva pela sociedade do Rio de Janeiro no dialogo com o COI e os poderes públicos, façam parte das diretrizes de realização das Olimpíadas 2016. Da mesma forma, que o COI enquanto co-responsável pelo projeto e intervenções olímpicas na cidade zele com o poder público e a sociedade pelo absoluto respeito as leis municipais, estaduais, nacionais e internacionais.



We have the expectation that these principals and demands, as others that will be collectively brought by the people of Rio de Janeiro to the IOC and the public powers,  be included into the directives that guide the realization of the 2016 Summer Olympics. Since the IOC is a responsible for the project and the Olympic interventions in the city, it must also zealously respect local, state, national, and international law  and work together with public authorities and society.  


Associação de Moradores do Arroio Pavuna
Associação de Moradores e Pescadores da Vila Autódromo
Associação de Moradores do Canal do Anil
Associação de Moradores do Alto Camorim
Associação de Moradores Rio Bonito
Associação de Moradores Vista da Pedra
Associação de Moradores Vila Recreio
Central dos Movimentos Populares (CMP)
Círculo Palmarino - RJ
Comitê Social do Pan
Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (CORECON-RJ)
ETTERN - Laboratório Estado Trabalho Território e Natureza do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ)
Fórum Popular Orçamento do Rio de Janeiro (FPO-RJ)
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE)
Instituto Políticas Alternativas para o ConeSul (PACS)
INTERSINDICAL
Mandato Vereador Eliomar Coelho PSOL/RJ
Justiça Global
SOS Parque do Flameng

18 May 2010

Uma carta aberta ao torcedor brasileiro

O Brasil merece ser sede da Copa em 2014. Por ser pentacampeão. Por sua contribuição inegável, imensurável, inesquecível ao futebol mundial. Pela paixão das torcidas, pela festa das arquibancadas, pelos craques, pela oportunidade ter todo o mundo em casa, para cumprir o dever de 50. Merece, merece, fim de papo. Daí, complicado. Começamos com os estádios.

Os estádios brasileiros são verdadeiros lugares de memória. É onde deixamos nossos xingamentos, onde elevamos nossas vozes, avivando o choro. É onde identificamos com algo muito além de nossos próprios seres. É aonde vimos momentos bonitos, trágicos, cômicos, aonde o triunfo e o sofrimento andam com mãos dadas. Vazio, o estádio nunca está.  É difícil achar um brasileiro/a que não tem uma relação forte com um estádio, seja de amor, ódio, medo, ou geografia.

É verdade que muitos estádios brasileiros estão precisando ser reformados, já. É verdade que é preciso gastar dinheiro público por uma Copa e que não tudo mundo vai gostar dos projetos. Tudo bem. Mas não é verdade que os estádios precisam ser totalmente transformados, sumamente maquilados, demolidos, desfigurados, e/ou suas historias e culturas esquecidas, descartadas, e elitizadas. Mas está chegando assim.

De Mayo 2009 à Mayo 2010, sem lançar pedra fundamental nenhuma, o orçamento total dos estádios da Copa 2014 pulou 40%, chegando as R$5,6 bilhões. Dos doze estádios, só três são privados ( e eles com os menores gastos) e dos 9 outros, só a Nova Fonte Nova têm dinheiro privado. O governo prometa controla os gastos, mas a política petista não sabe muito bem como fazê-lo. Sabemos bem que vamos ter superfaturamento e que todos os orçamentos e prazos serão estourados. Já aconteceu. A CBF é o freguês da FIFA, e o Brasil da CBF. O povo está construindo doze casas por “famílias” de camarotes e carros blindados.

É a casa da torcida?

Vê como ela está se transformando. Tomamos por exemplo o Maracanã. Desde 1999, o então maior palco de futebol mundial, perdeu seu status. Reformado para sediar o Mundial do Clubes da FIFA em 2000,  suavizou de 179.000 para 129.000. O que fizeram? Colocavam assentos plásticos no lugar de concreta dura.  Colocavam camarotes, cortavam a circulação de vento, e renderam a rampa monumental inútil. Absurdo. Tudo isso antes de Pan.

Pela Pan, eliminavam o geral, baixavam o campo, botavam telas imensas, reformavam os cabines de imprensa, e deu uma pintura na Maracanãzinho. Quanto deu? R$430.000.000. Quanto emagreceu? De 129.000 para 89.000.

Pela Copa, o governo diz que vamos gastar mais R$670.000.000 em reformas novas. O que foi feito três anos atrás, temos que fazer de novo, não dá. Os camarotes vão por debaixo da arquibancada. O velho geral tem que se comportar de novo, tem que se vestir por uma festa sheik. Temos que ampliar o espaço VIP, dar mais espaço pelos carros VIP, melhorar iluminação, e, ao último momento, ou baixar o campo de novo ou reformar (de novo) a arquibancada inferior por que os placares de FIFA são mais altos que nossos, e interferem com a linha de visão VIP.

Os convidados / escolhidos não precisarão de guarda-chuva no Maracanovã. Pode-se estacionar o carro numa garagem, passar por um shopping, transpor ao estádio por ponte coberta, entrar e sentar-se numa cadeira completamente isolada de contexto meteorológico.  Pega uma cerveja estrangeira e espera o espetáculo começar. O cidadão-torcedor modelo paga cara a entrada, a cerveja, a camisa, o programa, sente na sua cadeira assinada e consome em silencio relativo. 

Nas arquibancadas, serão instaladas cadeiras com costas, verdadeiras poltronas para assistir o jogo no maior conforto. Recuando um pouco, olhando por acima, só vai ver cobertura, um óculo pequeno pelas estrelas puder espiar o jogo.

Quem está pagando todas essas reforma nos é. Quem está perdendo cultura, memória, lugar, nos é. Quem está mandando não tem nem quer nada que ver com a gente. Para a sociedade carioca, a Maracanã é importante demais para deixar o tempo correr e o espaço mudar. Para a cultura brasileira, as mudanças previstas pela Copa são impactantes demais para tomar gole abaixo.  Não é exagero dizer que a memória e a cultura brasileira estão ameaçadas com a Copa 2014. Se o projeto da Copa sair de papel, o Maracanã, pelo menos, deixará de existir, e todo mundo perde com isso. 

14 May 2010

2014 + 2016 = Brasil 4030 (milhões de reais)

Recife announced that the Brasilian construction giant Odebrect has won the licencing contest to build its World Cup stadium at a cost of R$532.6 million. This is 77.5% over the projected cost in May 2009. Of course, no construction has begun, so we can expect this number to increase by at least a third before this suburban stadium    turns into a white elephant.

Last week, Lula announced a financing package of R$12.8 billion for the World Cup, but included an "anti-Pan" clause, requiring that cities and states somehow gaurantee that budgets be kept in check. R$ 8 billion of this money is intended for infrastructure improvements (this in addition to the R$5 billion in freemoney given out by the national development bank to subsidize stadium construction). The anti-Pan clause should have required that anyone involved in the bungled mess of the Pan American games be prevented from participating in the World Cup or Olympics. Sadly, all of the same people are in charge and we can expect the same black box to produce the same red recepits.

The almost total absence of private sector investments in Brazil 4030 is a VERY GOOD INDICATION that mega-events ARE NOT A GOOD INVESTMENT. Does anyone in Greece yearn for the halcion days of freely spending on toursit, transportation, and sporting infrastructure, or would they like their pensions back? Brasil's economy has been doing well of late, but the federal government is spending it like they're Sarah Palin on 5th Avenue.

The absurdities never cease in relation to FIFA and IOC. The news coming out of South Africa is terrible. Residents are claiming that the World Cup Regime is worse than Apartheid. The same thing will happen here, despite the government's attempts to green and white wash the real issues driving urban and social divides.

The 13 airport projects for the 2014 World Cup are already delayed. Everyone has fortunately forgotten about the bullet train idea. And only seven stadium projects have been approved by FIFA (which is a good thing - something I'll be writing about soon).

After attending the 1st Symposium on Football Studies at the Football Museum @ São Paulo's Pacaembu stadium, I'm convinced that the Morumbi in São Paulo should be excluded from the World Cup. The city doesn't need the headache and has no functional tourist infrastructure.

Public spending for public goods that are well and truly public, yes. Public spending for FIFA and the IOC to party for 7 weeks, transforming cities for the next generations and leaving us with insurmountable debt and elaborate infrastructure that doesn't pay for itself, not so much.

04 May 2010

Only 3 of 12 Brazilian World Cup Stadium Projects underway, already 40% over budget

While the rest of the world is counting down to the start of the 2010 World Cup in South Africa, in Brazil we have begun the process of blowing as much public money as possible while leaving the stadium projects to take care of themselves at the last minute.

May 3 marked the final day (according to FIFA, which gave a two month grace period) that the host cities had to begin the 2014 stadium construction projects. Only 3 of the 12 projects have begun (Manaus, Belo Horizonte, Cuiabà)  - and those are demolitions of existing stadia that will be replaced by new, shiny FIFA toys. For the remaining 9 stadiums, not much happened in those two months, except for a reevaluation of the costs: According to one report, since the 12 World Cup cities were announced in May of 2009 the average cost of the stadiums has increased 20%. My own research indicates that the situation is much, much worse:

2014 World Cup Stadium Projects
City
Stadium
Situation
Construction?
cost 5/2009
cost 5/2010
% increase
Public Stadiums
xR$100000
xR$100000

Belo Horizonte
Mineirão
Work Begun (demolition)
January 2010
427
609
42
Brasília
Estádio Nacional
Waiting for contract decision
June 2010
520
740
42
Cuiabá
Verdão
Work Begun (demolition)
26 April 2010
400
342
-15
Fortaleza
Castelão
Waiting for contract decision
June 2010
300
452
51
Manaus
Arena Amazônia
Work Begun (demolition)
15 April 2010
300
500
40
Natal
Arena das Dunas
Waiting for publication of call for contracts
June 2010
309
400
30
Recife
Arena Capibaribe
Legally contested contract decision
June 2010
300
452
51
Rio de Janeiro
Maracanã
Awaiting FIFA approval of architecture
uncertain
500
800
60
Salvador
Fonte Nova
Secondary projects underway (tree planting)
3 May 2010
400
605
51
Private Stadiums

Curitiba
Arena da Baixada
In search of funding
Claim that work has begun
138
138

Porto Alegre
Beira-Rio
In search of funding
Claim that work has begun
378
378

São Paulo
Morumbi
Awaiting FIFA approval
Claim that work has begun
136
240
76,5
4108
5656
43,6 / 37,6
                                                                                                                                            
The story is clear. Of the projects for which I have information, the average increase in price during a year when almost no construction happenend was 43.6%. If we optomistically assume that the budgets for the stadiums in Curitiba and Porto Alegre will remain the same, the average increase IN ONE YEAR is 37.6%, jumping from R$ 4,108,000,000 to R$ 5,656,000,000 (US$3.26 billion). If this continues until 2014, the total cost will be R$ 14,543,000,000 – more than a billion R$ per stadium! This is all public money for stadiums. The city of Manaus, for example, is planing on spending more than R$ 6 billion on the World Cup.

FIFA is not happy with the delays in building their toys. They are not ignorant of the situation on the ground either, noting that in an election year, it is impossible to get anything done (because if you lose the election the benefits of your work accrue to your successor) and following the November elections we’re into summer, the December holidays, New Year, and Carnaval – all of which will push construction projects back until March 2011.The CBF (which cannot be distinguished from the Organizing Committee of the World Cup) has announced that they will begin a round of visits to the stadia to see what, if anything, is actually happening.  

FIFA is a corrupt and increasingly brutal institution that uses the World Cup as both a carrot and a stick to suck the marrow out of local, national, and global economies in order to enrich itself. The fatuous, obsequious complicity of national football federations mixes with the spinelessness and greed of local, state and national politicians to ruin what could otherwise be a tremendous opportunity for cities to upgrade infrastructure and provide lasting social and economic benefits for the population at large.

What we are seeing in Brazil and South Africa is a smash and grab campaign (akin to Shock and Awe) that will leave cities with a new breed of White Elephant  (with transportation tethers that lash them  to luxury hotels, providing nothing in functional transport for locals) that eats public money until communities can no longer abide by their presence and decide to put them down.

Gente, os atrazos abrem espaço e tempo para a gente resistir. Fazemos bandeiras, faixas, cartões vermelhos, se lá, e protestamos nos estádios do Brasil dizendo que queremos algo diferente e que FIFA pode ter uma  Copa aqui sem nós dizer como, quando, e porque.  
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