Nas primeiras duas rodadas do Campeonato Paraense, a Federação Paraense de Futebol (FPF) interditou o estádio de São Raimundo F.C. de Santarém sem explicações. Duas semanas depois, sem modificar o estádio de jeito nenhum, o FPF liberou o Colosso do Tapajós para sedear um jogo da Copa do Brasil entre ‘A Pantera’ e Botafogo F.C. de Rio de Janeiro. O placar de 1 a zero à favor do time Amazônico deu uma alegria aos Santarémenses, até a semana seguiente. Devido a um protesto de Botafogo com a Confederação Brasileiro de Futebol (CBF), foi revelado que a FPF demorou mais que uma semana em registrar três novos jogadores de São Raimundo e decidiu anular o resultado insólito de São Raimundo. Mas não só isso. O time pequeno de interior do Pará que não mostrou respeito suficiente ao time famoso do Rio de Janeiro sofreu uma perda de seis (6) pontos! A partida de volta foi marcado pelo dia 11 de Março no Stadium Rio o estádio mais novo do Brasil (também conhecido como Estádio Olímpico, Estádio João Havelange, Engenhão, e o Fechadão). Com três pontos à menos entrando o campo, A Pantera precisava de ganhar no tempo regulamentário e depois ganhar os penalites.
Botafogo saiu na frente, a Pantera empatou. Botafogo de novo, dois a um. Logo depois um gol de São Raimundo anulado sem explicações. O juiz ficou com cara de pão, deixou tudo o mundo saber que a justiça futebolística não é cega. Botafogo marcou seu terceiro, e tudo o mundo anticipou a porrada, mais São Raimundo marcou de novo, três a dois, antes de Botafogo meteu seu quarto gol. São Raimundo, time lutador, fechou o placar 4-3. A Pantera não morreu de nem mostrou inferioridade ou provincialidade, só umas falhas graves na defesa revelavam a distância entre o campeão de Campeonato Brasileiro Serie D 2009 e o Botafogo de Garrincha que só salvou sua posição na Serie A na última rodada do ano passado.
No marcador global, os times empatavam 4-4, com três gols fora de casa para a Pantera. Se o PFP tivesse submetido os papeis dos jogadores o São Raimundo ia-ter eliminado a Estrela Solitária, por conta de gols marcados fora de casa.
Vemos aqui dois, talvez, três tipos de discriminação. O primeiro é a discriminação contra times do interior de Pará vendo de Belém. O PFP é controlado por dirigentes dos dois grandes times do capital, Remo e Paissandu. O Remo não está disputando nenhum campeonato nacional, enquanto o São Raimundo subiu a Brasilleirão Serie C. O Paissandu, há poucos anos, estava disputando a Brasileirão Serie A, mas caiu até o D. Historicamente o Remo e o Paissandu tenham sido os grandes representantes de futebol Amazônica em Brasil, porque Manaus (que receberá um estádio novo pelo Mundial 2014) não tem tradição futebolística nenhuma. O sucesso dos Santarémenses tanto na ultimo edição de Campeonato Paraense (vice-campeão), sua conquista de Brasileirão D e progresso inesperado na Copa do Brasil, deveria ter provocado um sabor amargo em Belém.
O segundo preguiço vem da CBF, que sempre programa as partidas de volta no estádio do time maior, onde só precisam de empate para passar. Essa situação favorece os grandes times de sul.
O terceiro tipo de discriminação é no futebol mesmo, onde o pito de juiz dirige tudo. Vemos na Copa de 2002 que Itália e Espanha foram eliminados de uma maneira exageradamente preguiçosa quando jogavam contra Coréia do Sul. Os Coreanos sobreviveram com pênaltis fracos, cartões vermelhos inventados, e foram deixados atuar numa maneira violenta em campo. O juiz em campo pode mandar tudo passar, ou não, como foi o caso de segundo gol de São Raimundo. Anular-o porque? Porque não dá por um time pequeno, de Serie C, do interior do interior, ganhar uma disputa contra o poderoso e histórico Botafogo, com seu estádio novo, com os seus dirigentes almoçando com os da CBF em Barra de Tijuca? O porque se o resultado tivesse sido 4-4, o juiz não queira trabalhar uma meia hora mais pelas cobranças dos pênaltis?
De qualquer jeito, esse comentarista tem um novo time de coração, apesar de que é impossível encontrar uma camisa oficial em Santarém.
1 comment:
I can't read this funny talk.
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